A nave espacial Venus Express detectou uma camada de ozono na atmosfera de Vénus. A comparação das suas propriedades com as camadas de ozono existentes na Terra e em Marte poderá ajudar os astrónomos a aperfeiçoar a pesquisa de vida extraterrestre.
A Agência Espacial Europeia, através da nave espacial Vénus Express, descobriu ozono na atmosfera de Vénus. A camada de ozono está localizada a cem quilómetros da superfície, cerca de quatro vez mais alta do que a camada de ozono da Terra e é entre cem a mil vezes menos densa.De acordo com modelos computacionais, o ozono de Vénus é formado quando a luz do sol quebra as moléculas de dióxido de carbono (CO2). Esta reação liberta átomos de oxigénio que formam o ozono (O3).
“A deteção da camada de ozono diz-nos muito sobre a circulação e química da atmosfera de Vénus” refere Håkan Svedhem, cientista que trabalha na missão Venus Express. “Além disso, é mais uma evidência da semelhança entre os planetas rochosos e mostra a importância de estudar Vénus para os compreender.”
“Também pode oferecer uma comparação útil para pesquisar vida noutros mundos. Até agora o ozono só tinha sido detetado nas atmosferas da Terra e de Marte. Na Terra é fundamental para a vida porque absorve os raios ultravioleta do sol. Por outro lado, pensa-se que tenha sido gerado pela própria vida.”
A acumulação de oxigénio e consequentemente de ozono na atmosfera terrestre teve inicío há cerca de 2.4 mil milhões de anos atrás. Apesar de não se compreender totalmente a origem, pensa-se que microrganismos que excretassem oxigénio podem ter desempenhado um papel importante.
Alguns astrobiologistas sugerem que a presença simultânea de dióxido de carbono, oxigénio e ozono na atmosfera pode ser usada para dizer se há vida num planeta. A quantidade de ozono presente também é crucial. A concentração de ozono num planeta deve ser pelo menos 20% da concentração de ozono na Terra para que a vida possa ser considerada como uma causa possível da presença de ozono. Os resultados mostram que no caso de Vénus, os valores estão bastante abaixo deste limite.
“Podemos usar estas novas observações para testar e aperfeiçoar cenários para a deteção de vida noutros mundos”, refere Montmessin.
Estes resultados foram apresentados na reunião conjunta do Congresso Europeu de Ciência Planetária e da Divisão das Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana.
NaturLink
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