sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Surfar em ondas gigantes continua a ser na Nazaré


A competição internacional de surf de ondas gigantes deverá continuar na Nazaré a cada dois anos, admitiu hoje Miguel Sousinha, presidente da Nazaré Qualifica, responsável pelo North Canyon Show, um projecto que termina este ano.O responsável da empresa municipal lembrou à Lusa que os três anos do projecto «acabam agora», mas assegurou que tem havido trabalho e receptividade de todos os envolvidos para continuar.
«Pensamos que, pelo menos o campeonato do mundo de ondas grandes se realizará de dois em dois anos e iremos fazer todos os esforços para a continuidade total do projecto», disse.
O projecto inclui o Centro de Alto Rendimento de surf, cuja inauguração está agendada para o final do ano, e outros eventos de bodyboard e surf.
Segundo Miguel Sousinha, dois por cento do orçamento é suportado pela autarquia, que é «um encargo diminuto, sobretudo logístico», e o restante por parceiros privados.
«Tem havido receptividade dos parceiros privados no sentido, de connosco, colaborarem no futuro do próximo projecto», frisou.
Para 2012, o responsável espera acumular a “notoriedade absorvida” no ano passado com o reconhecimento da maior onda do Mundo surfada.
O protagonista da proeza, numa onda de 30 metros, foi o havaiano Garrett McNamara, que este ano vai regressar à Nazaré, a partir de 1 de Outubro.
«Temos certamente uma expectativa muito grande naquele que é o campeonato do mundo de ondas grandes, que irá ter o seu tempo de espera entre Outubro e Novembro, na praia do Norte e onde esperamos ter os maiores surfistas do mundo nesta modalidade”, anteviu o dirigente da Nazaré Qualifica.
A autarquia aguarda o «retorno para a população local e para a actividade económica do concelho», embora grande parte desse retorno tenha sido conseguido com a «projecção internacional da Nazaré e de Portugal como um grande destino de ‘spot’ de surf».
«Não é claramente quantificável o que foi a projecção do país e da Nazaré, no entanto, esperamos tirar o retorno do que foi o investimento ao longo dos anos do vários parceiros nesta iniciativa», disse.
O responsável indicou que, apesar da esperada «retracção normal no consumo e, nomeadamente, do consumo de lazer», se desloquem à Nazaré tanto amantes do desporto, como «turistas curiosos».
A onda gigante registada e reconhecida em 2011 integra-se no fenómeno denominado ‘Canhão da Nazaré’, que é um acidente geomorfológico raro e deve-se a uma falha na placa continental com cerca de 170 quilómetros de comprimento e cinco quilómetros de profundidade.

Lusa/SOL

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